quinta-feira, junho 08, 2006

emotional rescue


No dia em que Santiago foi embora o sol brilhava como ha tempos não acontecia por aquelas bandas e a tarde estava morna.na noite anterior seus amigos o visitaram em sua casa e lá beberam cerveja e comeram churrasco.logo depois,saíram de carro para comemorar a futura ausência do amigo,ou as últimas horas de sua presença.Santiago, um pouco alterado por conta da cerveja,caiu em um arroio que cortava uma larga avenida da cidade;tirou uma lasca do joelho e mais outras do cotovelo.e quando o dia começou a clarear,cada um voltou para sua casa.nesta noite triste,helena sonhou que telefonava para Santiago e ele desistia da viagem.O mormaço não a deixava descansar em paz.era início de janeiro.e para Helena,um triste janeiro que estava por vir.Helena pensava que estava sofrendo de uma doença brava e contagiosa,mas sua avó tratou logo de acalmá-la e disse apenas que o que ela sentia,era amor.naquela tarde morna, de um azul findo eles chegaram ao aeroporto.Santiago com os olhos inchados de ressaca e de chorar,sentia que ali deixava algo que não pôde resolver,não pôde viver,nem pôde levar junto.Helena tinha muitas coisas atravessadas na garganta e um homem atravessado em seus olhos.com a garganta seca e as lágrimas contidas,tentava expressar o seu contentamento em ver o amado realizar o que poderia ser chamado de sonho;estudar,trabalhar,ter uma vida independente,uma certa liberdade que ela também almejara...mas não agora,nem daquela maneira,nem de tão longe,porque ela estava amando.o abraço que precisava ser dado não caberia naquele momento,em tão pouco tempo, e a vontade que Helena sentia era de se transformar,de deixar de amar,de virar vento,areia,de ir junto.foi então que Santiago partiu, deixando para Helena um envelope e prometeram não olhar para trás quando ele entrasse na sala de embarque.nesse momento Helena teve raiva de deus e tudo dentro dela ebulia,evaporava,rodopiava,transbordava de mistérios e sonhos espatifados naquele chão do aeroporto.e ela voltou para casa,mas não sabia em que idioma falar nem com que dinheiro pagar e julgava ser Santiago um vento errante em sua vida.e sua barriga se partia de dor.foram muitos os dias em que ela sonhava que fechava as malas,que apalpava seu amor na escuridão do sono,e a verdade era a mentira que ela contava para si mesma todos os dias.os sonhos de Helena iam viajar e no meio de tanto alvoroço,Santiago de longe podia sentir as mãos,os pensamentos e todo o amor que cabia dentro dela,porque de amor ela estava cheia.foram muitos os anos em que Santiago viveu longe e Helena nasceu e cresceu diversas vezes nesses anos.e num vai-e-vem passaram duas vidas,acariciando-se sem nada dizer e abraçando-se sem se tocar.num abraço longo,de braços longuíssimos que não alcançaram o fim dos sonhos de Helena e Santiago.hoje,com um lenço branco acenando eles se despediram mais uma vez,mas desta vez nenhum deles foi viajar.

2 comentários:

O Mimeógrafo Pisca-Pisca disse...

Sem palavras...

Anônimo disse...

amei..é lindo e doido deamis!
beijo