quinta-feira, junho 21, 2007


Do comício que há todos os dias dentro da minha alma, ninguém sabe.
não quero converter tudo em convicção.
não tentem adivinhar o que vai aqui dentro. não me dêm conselhos.
Merda!
para algumas coisas eu não olho, mas sinto. sinto tudo. demais.
e o excesso tóxico de sentir me arrepia.
viver a vida convalesce e causa problemas de coluna.
há um bocado de muitas coisas aqui dentro. algumas coisas pavorosamente latejantes.
não tentem ver com os olhos do meu coração. querem-me o quê?
só eu sei de mim. e aí de mim! nem sei se sei.
podem rir.
eu que sou absolutamente doida por sentir.sentir tudo de todas as maneiras. eu vou sim para a cama com todos os sentimentos.
impacientem-se comigo!
não como, peço outra coisa, pago a conta e não como frio.
as coisas reais são muito diferentes umas das outras. e não há nada mais simples do que olhar para o próprio passo. e somente para o próprio passo.

terça-feira, junho 12, 2007

come out and try!

em uma das vezes que fui viajar, ganhei de presente um livro,um livro ja antigo,com uma capa linda e muitas páginas. antes de ir, colei todas as partes que estavam mais sensíveis, coloquei meu nome na primeira página e fiquei esperando a hora de ler. nunca sou eu quem escolhe a hora de começar a ler um livro, é sempre o livro que me busca e me prende.
enfim...lá fui eu outra vez.

um dia, à beira mar eu virei a primeira página, e a outra, e a outra...até o fim. naquele dia lembro que não fiz nada além de ler. é daqueles livros que dá vontade de entrar na história, que me faz sentir personagem, que embriaga e entorpece e quando acaba, enobrece a alma.

depois desse dia, vários outros dias eu lia de novo algumas partes, e lia para um amigo meu que escutava e comentava enquanto bebericava um vinho.
cada vez que eu lia e relia alguma parte, eu lembrava de um amigo de alma e coração que estava no Brasil e pensava: ele tem que ler isso um dia! só ele vai entender como eu entendo e sentir a mesma mensagem que eu sinto!

pois bem, lá mesmo fiz uma cópia,mandei encadernar,paguei 200 pesos, escrevi umas palavras na primeira página e trouxe comigo para o Brasil, 300 páginas que poderia ter copiado aqui mesmo, seria inclusive mais fácil..mas como taurina que sou...impulsivamente e desejando tanto aquela minha idéia, fui até a tabacaria do outro lado da rua e me deliciei naquele momento!

...quando voltei para o Brasil, não nos vimos logo que cheguei, mas sim uns dois meses depois,e na ocasião eu esqueci de levar o livro. passou mais uns 3 meses, nos vimos novamente e nem me passou pela cabeça o livro. um ano passou e o livro guardado dentro de uma gaveta no meu quarto.

semana passada marcamos um encontro no final de um dia muito frio e eu lembrei do livro. com todo o carinho do mundo eu busquei da gaveta. a hora de ele receber o livro havia chegado. quando nos vimos começamos a conversar, e o livro dentro de uma sacola que eu havia levado, e ele me disse que estava tendo dificuldade,mas tentando retomar um hábito que um dia havia sido muito importante na vida dele : o hábio de ler...

eu não acreditei!!! tirei logo o livro da sacola e entreguei. contei a ele a trajetória e a história do livro, da cópia e das vezes que havia esquecido. ele riu e me abraçou num agradecimento carinhoso. rimos juntos porque somos dois loucos que as vezes entendemos os significados das coisas.
...hoje, ele me disse que geralmente quando ele mudava um hábito ou um costume na vida, era na dor. falou também que está na página 130 e mudando um hábito, no amor. e eu sou muito feliz por isso.
algumas coisas na vida não têm preço. para todas as outras dá-se um jeito.

terça-feira, junho 05, 2007

devia ser proibido...

escrever...sobre o que escrever?
meus pensamentos estão em silêncio. as borboletas no meu estômago pousaram no meu refluxo. e eu sigo planejando a minha fuga geográfica. dias de luta, dias de eu com eu mesma, no mais íntimo das entranhas. ninguém ousa imaginar o que se passa aqui dentro. sigo só. calada e contando somente para mim os meus segredos. niguém entenderia...
hoje comprei umas velas aromáticas deliciosas. hoje ouvi The Clash e pensei no futuro. tomei um vinho na companhia de uma imensa amiga e descobri que nada sei desta vida.
agora, antes de dormir caí de novo nos escritos de Alice Ruiz, e de novo me impressionei com tamanha sentimentalidade. talvez Alice Ruiz me entenderia. quem sabe algum dia, distante destas terras, com ela eu conseguirei abrir meu coração...

devia ser proibido
uma saudade tão má
de uma pessoa tão boa
falar, gritar, reclamar
se a nossa voz não ecoa
dizer não vou mais voltar
sumir pelo mundo afora
alguém com tudo pra dar
tirar o seu corpo fora
devia ser proibido
estar do lado de cá
enquanto a lembrança voa
reviver, ter que lembrar
e calar por mais que doa
chorar, não mais respirar (ar)
dizer adeus, ir embora
você partir e ficar
pra outra vida, outra hora
devia ser proibido...

(Itamar Assumpção e Alice Ruiz)