quarta-feira, dezembro 27, 2006

Popocatepetl


Esse é um vulcão do México,o Popocatepetl,em um dia de fúria que expelia fumaça por suas "ventas". lindo, assustador e cheio de mistérios e delicadezas. nesse dia fiquei pensando na força da natureza,em toda a energia nela contida e no universo que range, estraleja e estropia-se em força, a cada minuto e bem em frente aos nossos olhos.também fiquei de certa forma esperando,num misto de curiosidade e medo, lavas vermelhas e escaldantes que ele poderia assoprar a qualquer momento...o que não aconteceu. nesse dia,pensei no meu tamanho. pequena, muito pequena. assim como tomava consciência do meu tamanho a cada tremor na madrugada, cada vez que o lustre chacoalhava e em alguns segundos o solo arrepiava-se e deixava o mais forte para outo dia. essa é a força que domina o mundo, que pode destruí-lo ou acariciá-lo. lembrei agora de uma noite fria em que todos os noticiários anunciavam a ameaça de um grande terremoto, como o último de 1985 que acabou com partes da Cidade do México. foi dado alerta vermelho na cidade e pedido para que todos os moradores de edifícos mais antigos, que não possuíam o sistema de amortecimento (muito comum por lá nas edificações mais recentes),fossem para a rua até que a situação pudesse ser considerada de fato mais tranquila. e o prédio em que eu morava não tinha o sistema de amortecimento. fui com minhas amigas,de pijama, pantufa e enrolada em um edredon para a portaria do prédio sem saber o que poderia acontecer.e sim,de fato tudo tremeu,mas não da maneira como estavam prevendo os estudiosos no assunto, foi um tremor como os que aconteciam quase todos os dias.e até hoje por lá o mais forte ainda não aconteceu. e assim é, na verdade o pobre ser-humano acha que controla tudo, o mundo ,o desmatamento, a água, a natureza em geral...quando é absolutamente e resignadamente controlado pelos quatro elementos. é tudo muito louco.
na verdade,comecei a escrever esse post com intenção de falar sobre o ano que ta aí nos espiando,novinho em folha,com páginas em branco a serem preenchidas. não sei porquê cargas d'água publiquei a foto do vulcão,aí ja comecei a viajar na história do terremoto e até agora de ano-novo nadica de nada...
bom, então o que eu queria dizer, é que acho interessante a expectativa que cada novo ano cria nos corações. sim, sempre cria, nem que seja um tantinho assim.e isso é bom!
eu particularmente deixo a ele minhas credenciais, estou parada à sua porta e creio que vamos passar juntos temporais e calmarias, então proponho que nos conheçamos desde o início. aqui estou, lhe trago minhas cicatrizes, palavras ditas, coisas boas e outras nem tanto. me encontrarás em cada coisa que seja verdade, em cada ilusão de que é possível viver com menos ruídos, em toda boa lembrança e em cada gesto de respeito e amor e amizade. é assim que eu quero que seja,e é assim que eu espero que seja com todas as pessoas de bem e que buscam além de crescer, evoluir. que cada um possa interrogar-se e conhecer-se. que todos possam existir demoradamente dentro de si mesmos,mesmo com nada feito e tudo por fazer. que sobreviva a esperança, multipliquem-se os amigos. que seja possível entender que nem sempre é preciso mudar o caminho,basta caminhar diferente,mudar a passada. que seja possível ver um bocado de nós nos outros e dos outros em nós. que saibamos raciocinar a tristeza e abdicar dos sentimentos pequenos. que a vida baste..e tranforme toda a boa energia em combustível para seguir sempre adiante.
"nada é mais simples, não há outra norma,nada se perde,tudo se tranforma".
Feliz tudo!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

my way


"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais fortes, dos amores mais loucos, dos pensamentos mais complexos e dos sentimentos mais intensos. Tenho um apetite voraz e os delírios mais doidos. Eu não pretendo passar pela vida na ponta dos pés, sem fazer barulho.Você pode até me empurrar do penhasco e eu vou dizer: E dai? Eu adoro voar..."

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Tudo se me evapora

ADORO Fernando Pessoa quase como as meninas da época adoravam Elvis Presley e Beatlles. sou fã. acho que ele foi um gênio doido, como todos os gênios, e me identifico demais com muitos dos escritos dele e "suas pessoas". então ontem de madrugada, lendo passagem das horas (um de seus poemas),eu me atrevi a re-escrevê-lo, modificando um pouco por coisas que vivi e senti,ou vivo e sinto,ou nem uma coisa nem outra... Enfim,segue abaixo o escrito metade Fernando Pessoa, metade eu mesma. Porque metade de mim é loucura e a outra metade também!!

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que não se pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todas as cidades a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas de ônibus,avião ou carro
Ou das janelas da alma, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

A entrada de Colônia, de manhã, cor cinza,
A areia branca de Cancun em paisagem cálida,
Veneza a uma hora da noite...Milão na madrugada...Acordo de repente
E aquilo soa-me do fundo como uma outra realidade...
A paisagem inebriante de Puerto Escondido ao pôr-do-sol...
Sair de lá é difícil...
La Boca, Punta, terremotos na Cidade do México...
Enchentes em torno do Tietê.....

Viajei por algumas terras...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu feliz e infeliz.

A certos momentos do dia recordo-me tudo isso e apavoro-me,
Penso em que é que me ficará desta vida aos bocados,
Desta estrada ás curvas, destes avisos,
Desta turbulência tranquila de sensações desencontradas,
Desta transfusão, desta insubsistência, desta convergência de pessoas diferentes,
Deste desassossego no fundo de todos os cálice,
Desta angústia no fundo de todos os prazeres.

Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei
Se me falta escrúpulo espiritual, ponto de apoio na inteligência,
Entendimento quanto ao mistério das coisas,
Ou se há outro significado para isso tudo, mais cômodo e feliz.

Seja o que for, as vezes penso que era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as convenções,
E ir ser selvagem, entre as árvores, o mar e esquecimentos,
Entre novos amores e perigos e a ausência de pensar no amanhã.
Cruzo os braços sobre a mesa, ponho a cabeça sobre os braços,
É preciso querer chorar, mas não sei ir buscar as lágrimas....
Tenho a alma rachada por lembranças e recordações e esquecimentos e penas...
Ó vida. Que há de ser de mim? Que há de ser de mim?

Ó loucura imensa do mundo, o que falta é agir...
Só estou bem quando ouço música,
Como um bálsamo que não consola senão pela idéia de que é um bálsamo.

A tarde de hoje cai pouco a pouco,a vida substitui-se.
E sendo a que sempre quis partir, fico, fico, fico....
Torna-me humana ó noite.
Só humanamente é que se pode viver.
Só amando os homens, as boas ações,a banalidade dos trabalhos,
Só assim - e ai de mim! - só assim se pode viver.

Vi todas as coisas e maravilhei-me de tudo,
E tudo o que sobrou foi muito,
Vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos, amei e odiei como toda a gente,
Mas para toda a gente isso foi normal e instintivo,
E para mim foi sempre intenso, a excessão, o choque, o calor, a válvula, o espasmo.

Cometi todos os crimes, vivi dentro de todos os crimes.
Multipliquei-me para me sentir,
E para me sentir, procurei sentir tudo,
Despi-me, entreguei-me,
Acenaram no meu coração os lenços de todas as despedidas,
Rendez-vous a vermelho e negro no fundo-inferno da minha alma,
E há em cada canto da minha alma um altar para uma emoção diferente.

Meu coração tribunal, meu coração mercado, meu coração balcão, meu coração banco de jardim,hospedaria, estalagem, calabouço,cancela, excursão, viagem, leilão, feira,arraial,hardcore..
E lálálálálálá...meu coração qualquer coisa!
Sentiu tudo de todas as maneiras.
E a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa.
Eu de cabeça para baixo dentro da minha consciência...

Cavalgada desmantelada por cima de todos os cismos,
Pensamento que entra com velocidade e choca de encontro a todos os sonhos e parte-os.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo...
Cavalgada energética por dentro de todas as energias,
Cavalgada dentro de mim,por dentro deste fogo que arde, da poeira parada, da tosse seca, da gargalhada súbita, do inevitável que é vital, da vontade, do desejo, do sufoco, dos rodopios do meu coração.
Estremeço dentro de mim e começa a entardecer....

sexta-feira, dezembro 08, 2006

waiting on the world to change


Não dá tempo!!
Não dá tempo de reunir a família em uma refeição, não da tempo para comer devagar,há de comer como hâmsters. Não dá tempo para pensar devagar, nem agir devagar, nem SER devagar!! Há que ser multiuso, exercer cargos importantes, lotar a agenda, mostrar serviço, sobresair-se. Há que buscar o atordoamento das mil ditrações, correr de um lado para outro, cumprir tarefas em tempos mínimos, ganhar mais, ser promovido, ser reconhecido, TER!

...Essa tal modernindade...
A vida não é mais o bem supremo, está sendo arrasada a granel. Manchetes anunciam "o começo da corrida pelas compras de Natal". Ãhhn? E tudo perde aos poucos o sentido. Me impressiona o egoísmo desenfreado, os diagnósticos corriqueiros de depressões, síndromes do pânico, cânceres e falta de respeito, educação, caráter. O impulso destrutivo se espalha, favorecido por leis confusas, é olho por olho e dente por dente.

Não há mais tempo para o sossego.Gostar de sossego então, virou excentricidade! O normal é ser atualizado, produtivo, bem-informado. É indispensável circular, estar enturmado, comparecer à inauguração daquela loja para observar o que a fulana veste, sair na coluna social e conferir se todas as peruas estão "grifadérrimas". Parar nem pensar. Vai que parar possa fazer pensar em si mesmo e nos outros, questionar-se, os sentimentos incômodos podem espiar, as coisas mal resolvidas podem vir à tona e ecoar no vazio absurdo do íntimo fugaz. Não, é preciso ruídos, máscaras, cumprimentar por educação, sorrir por educação, comparecer por educação, comer por educação. EDUCAÇÃO O CACETE! Isso atualmente é artigo de luxo, e manda lembranças. Cumprimentar alguém deveria ser um gesto espontâneo e agradável, sorrir só se for com vontade, comparecer, somente se for igualmente agradável e prazeroso e comer, se gostar e tiver fome. Pronto, é assim simples.

É preciso escolher o que há de positivo na modernidade. Na verdade, é preciso rever o conceito de modernidade. Ao contrário do que dizem os pragmáticos, tempo não é dinheiro. Se alguém não souber, eu explico: TEMPO É TEMPO, DINHEIRO É DINHEIRO. Pronto, também é assim simples. Inversão de valores causa sérios problemas cardíacos, mentais, osteoporose na alma e por aí vão; isso o Ministério da Saúde não adverte, pois deveria.

É o ser humano vivendo aterrorizado pela vida cotidiana, relacionando-se cada vez mais com animais por falta de coragem para conhecer alguém racional, que possa expressar-se, e não abanar o rabo cada vez que o ver na frente. Vou falar: a vida há de cobrar arduamente em algum momento, por tudo o que não for dado de bom, por toda a falta de gentileza, de humanidade, de vergonha na cara; há de cobrar por todo o preconceito alimentado, por comportamentos mesquinhos diante do que não se enquadra na visão tida do “certo” e “errado”. É preciso resgatar no tempo a idéia de que o amor ainda é o caminho. E o amor que eu menciono, trata-se do amor que podemos ter por todas as pessoas, amor de amigos, de parentes, e também o amor homem x mulher.

É preciso uma reforma nas prioridades, uma hora de convívio com alguém próximo, uma hora de carinho, um fim de semana de ficar em casa e fazer nada sozinho ou acompanhado, um minuto para o encontro consigo mesmo, um minuto para SENTIR-SE, reformular planos, desacelerar, divertir-se apenas sentindo que a vida está no que de mais simples somos,fazemos e sentimos. Muito do desgaste vem da cobrança feroz feita com nós mesmos. Sei lá, posso estar fora da realidade, mas acredito que seja possível viver mais e melhor se apenas alguns itens básicos forem revisados no baú. Cada um que examine o seu e arrume somente se realmente quiser e puder, mas que a arrumação seja para aliviar a vida, o coração, o pensamento...e trazer um pouco mais de leveza à alma.

domingo, dezembro 03, 2006

twisted nerve!


loucuraaaaaaaaaaaa!
final de ano, de semestre...to ficando louca.
pelo menos defini para minhas próximas 17 encarnações que não serei arquiteta novamente!!!
quando me diziam que era coisa para loucos, eu pensava que estavam exagerando. conclusão: não, não estavam!
mas, segundo um amigo meu, estou no lugar certo. logo, sou louca!
mas entre plantas e cortes e fachadas, curvas e devaneios, vou indo.
ta um dia lindo la fora,céu azul, água da piscina azul,calor e uma linda mancha amarela brilhante no céu!
e eu aqui, sem meu patinete!