sábado, outubro 30, 2010

O que eu também não entendo


Não entendo tantas coisas...
Não entendo a compulsão por eletrônicos, novelas, coquetéis de lançamentos, colunas sociais, magreza, dentes brancos demais, cabelos arrumados demais, saias curtas demais.
Não me entendo, muitas vezes também. Cada vez mais preguiça de me envolver, de me expor, de compartilhar sofrimentos e até mesmo alegrias. Preguiça de falar sobre vestidos, maquiagens, moda, lançamentos.
Não entendo o excesso de romantismo, os casamentos que mesmo destruídos continuam, quem mata "por amor", quem ama até matar. Não entendo a não aceitação cada vez maior pelo outro como ele é, o mau trato aos animais, a destruição da natureza, a loucura por carros e a dependência do celular.
Queria ter nascido em outros tempos....conhecido outro tipo de amor, outro tipo de ser humano, usado outros tipos de roupas. Queria hoje poder viver um amor digno, livre, leve e calmo. Amor que liberta e deixa livre, que respeita o silêncio e os pensamentos. Não ao amor que aprisiona, sufoca, amordaça e não dialoga. Não ao amor que fere e deixa cicatrizes.
Tenho conversado cada vez mais com meus gatos e com minha mãe. Não assisto televisão porque não gosto e não me faz falta. Só leio o que me convém, o que me agrada, o que acrescenta. Não desperdiço minhas palavras, preciso  do silêncio e gostaria muito que as pessoas o entendessem. - o silêncio.
Quero estar ao lado de meus bons amigos, ter uma boa vida e muita saúde, quero os meus pais ao meu lado até o fim. Não entendo também, mas os pais morrem. E isso não deveria ser assim. Pra mim, não há amor maior no mundo.
Eu quero paz, e na verdade não quero entender isso tudo que não entendo. Apenas quero manter uma distância segura ...