sexta-feira, maio 25, 2007

por enquanto

"mudaram as estações, nada mudou. mas eu sei que alguma coisa aconteceu,ta tudo assim tão diferente.
se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar...
mas nada vai conseguir mudar o que ficou, quando penso em alguém, só penso em você,e aí então estamos bem.
mesmo com tantos motivos para deixar tudo como está, nem desistir nem tentar, agora tanto faz, estamos indo, de volta pra casa..."

segunda-feira, maio 21, 2007

vida,enfim.


...Um lindo texto,para que se inicie uma linda semana. eu estou precisando de uma linda semana.
me dóem as costelas,de tanta tosse. olheiras profundas circundam meus olhos cinzas. ja tomei chá de limão, guaco, alho e flor de laranjeira. não passou. de verdade verdadeira, sei que não é o chá o remédio. é preciso consertar outro lado, limpar as arestas. i'm tryin' !

"Ontem, lá pelas 2 da tarde, chorei de felicidade. Estava sentado embaixo de uma amendoeira centenária, com 3 amigos queridos, numa praia deserta. Chorei ao tomar consciência da situação: era a vida, num de seus momentos mais intensos, que se desenrolava dentro e fora de mim.Ser feliz não é fácil. Em primeiro lugar, há que se tomar a decisão de sê-lo. Parece óbvio que a felicidade seja a meta de todos, mas não é. Muita gente tem preguiça, ou lhes falta coragem, e acabam por viver a vida deitados na banheira morninha da amargura e do ressentimento, a futricar a vida alheia, na falta de uma própria. A felicidade exige luta constante. Exige aceitação da tristeza e das quedas como parte do jogo. (Só quem souber sofrer de verdade pode ser feliz). Exige que enfrentemos o que vier, de peito aberto. (Viver com a guarda levantada pode fazer com que evitemos algumas porradas, mas também nos impedirá de sentir a brisa no rosto, as gotas da chuva, os afagos da pessoa amada).Para estar ali, ao lado daquelas pessoas, diante do Atlântico, tive que lutar muito. Tive que ganhar uma corrida contra milhões de espermatozóides. Tive que enfrentar noites de escuridão e terror sem mais que o auxílio precário de uma chupeta. Tive que aprender a andar, a falar, a chorar diante do que eu não gostava e espernear pelo que queria (hábitos esses que, felizmente continuei repetindo vida afora). Tive que aprender a dizer não, a dizer sim, a fazer coisas chatas tais como estudar para a prova de química no colegial, a não fazer coisas chatas e não estudar para a prova de química, e mandar tudo às favas, e repetir de ano, e fazer tudo outra vez.Para chegar até aquela praia, amei mulheres que me desprezaram, quis o que não pude, quebrei a cara inúmeras vezes - a perna uma só - ,aprendi um ofício e tento exercê-lo da melhor maneira possível, feliz por fazer o que gosto e ainda ter dinheiro no fim do mês para pagar minhas contas.Para estar ali, naquele cenário paradisíaco, com aquelas pessoas maravilhosas, tive que aceitar a verdade cruel de que no fundo nós estamos absolutamente sós e se não cuidarmos de nós mesmos, ninguém mais o fará. Por isso é preciso cercar-se dos que amamos, por isso é preciso ir à praia nos dias de sol, sentar-se sob a sombra de uma amendoeira e, se possível, chorar pela aguda consciência dessa coisa toda que chamamos de vida, enfim."
(Antonio Prata)



terça-feira, maio 15, 2007

de fato, inferno astral..


No altar dos meus sonhos, todas as crenças. eterna mutação. existindo em vários modos.
me pergunto. por falta de tempo, ninguém responde. existo em mim. e minha sensibilidade me incomoda. em tudo o que existe, eu coloco dúvidas. e na subida do morro, exatamente aonde termina eu, começa eu mesma? sou super e sou "inha". premonições e desejos. ensaio da vida. mas o ensaio é a própria vida.tenho o sono compartilhado com alguém que lá nos meus sonhos está. fora de ordem. apaixonada pelo minimalismo. disfarço os barulhos de meus pensamentos sob a máscara da música. vivendo,THIS IS LIFE SEE!?


" A eternidade é o estado das coisas neste momento"
(Clarice Lispector)

terça-feira, maio 08, 2007

let it snow, let it snow, let it snow...
















Os acontecimentos da minha vida, são marcados na minha memória conforme as estações do ano. lembro por exemplo que fui viajar pela primeira vez sozinha no invernos dos meus 15 anos, que meu primeiro beijo aconteceu em uma primavera, florida mais dentro de mim do que nas árvores, e que a primeira vez em que uma estação levou embora deste mundo alguém que eu amava muito, fazia muito calor.
de repente, cada mudança de clima me traz à tona lembranças, as pessoas em mim são estações. e diferente das estações do ano que passam, algumas pessoas em mim ficam mais do que uma primavera. e quem é verão, em mim faz nevar, e quem é inverno me faz suar.
alheias às solenidades de todos os mundos,indiferentes ao divino e desprezível do humano, as estações chegam cheias de vida, trazendo o vento para secar os corações , a chuva para levar de suas idéias certas batidas e o sol que aquece o sangue e leva a monotonia embora. quando eu chovo dentro de mim, minha alma abre um guarda-chuva para que meus bem-querer não se molhem, e quando dentro de mim faz sol eu chamo todos para a estrada.estrada esta, que muitas vezes eu entortei o rumo, que me rompeu a risada e o fio da meada.estrada que me obriga a existir,que tem sobre ela o destino carregando a minha carroça.
o verão que passou me fez lembrar um verão em que eu estive sozinha,em terras desconhecidas, e em amigos que deixei nas circunstâncias do caminho. verão de um mar transparente e areia branca,mas um verão aonde a minha solidão era do tamanho do próprio mar.
hoje, eu lembro do começo de um inverno. de um inverno que transbordou vida e debruçado assistiu aos meus tremores, de frio e de prazer. um frio de desassossego e tranqulidade coexistindo. um inverno novo.
um dia eu quis mandar parar as estações. mas lembrar que cada estação voltará, me acalenta a alma e esfria o sangue. a inconsequência dessa volta não pode ser compreendida. vai haver outro inverno, mais um outono e sempre o verão.
suponho porém, que nisso tudo sou sonhadora, que a saudade que sinto das estações não é só minha, nem só saudade, nem só lembrança.quero tanto minhas estações, com uma intensidade que vem do fundo do mundo e tenho ganas de trazer de volta um outono ou aquele verão. endoideço porque sei que esta estação vai acabar, e a estação é a viagem. se depois eu morrer,que me tragam todas as estações em um único dia, que eu sinta através do infinito o gosto e a delícia da perda de mim em uma estação qualquer.