sexta-feira, agosto 31, 2007

killing softly..

Eu devo ser a reencarnaçao de Polyanna, ou uma completa idiota ou uma sonhadora incurável.
Combinei com um casal de amigos de nos encontrarmos ontem a noite em frente a um bar. Eu,com a minha neurose pontual, cheguei cinco minnutos antes do combinado e sentei para esperá-los,logo em seguida ele chegou e dez minutos depois chegou ela. Bem disposta e animada, comprimentou com um largo sorriso e seguimos em direçao a entrada do bar,e EU fiquei esperando uma saudaçao habitual entre os dois: um beijo,um abraço ou na pior das hipóteses um aperto de mao. Que nao aconteceu.
Aquela cena ficou "fotografada" na minha mente, e no caminho para casa foi em torno disso que se concentraram meus pensamentos. A banalizaçao do outro, a banalizaçao da intimidade,do amor,dos carinhos. É um casal de vinte e poucos anos cada um...como será aos quarenta,cinquenta? Pode ser que eu esteja generalizando algo que aconteceu somente ontem, naquele momento, que nem ele nem ela tenham se dado conta ou achem importante, mas pode ser que eu tenha observado uma cena que seja comum entre os dois, e que seguramente é entre muitos casais.
Uma grande amiga minha ainda essa semana me disse: "Nunca te acostume a acordar sem receber um beijo". Falávamos dessas coisas, do quanto um ou outro torna-se "corriqueiro" para o olho alheio, aquele que está sempre ali, que ja se conhece cada parte do corpo, cada mania, cada gesto e sentimento. E eu , essa mistura de Polyanna com alguém que as vezes acha que não sabe amar, mas que vendo essas não atitudes, acha sim, que sabe e pode amar muito mais do que muita gente.
Burrice é pensar que todos os momentos podem ser de tesao total e afeto mútuo. Tem dias em que tudo o que se quer é estar sozinha, tem dias em que se o outro mastiga e faz ruído, já é uma tragédia anunciada,mas eu acredito nas pequenas coisas, acredito nas pequenas atitudes de carinho, na lembrança de uma comida que o outro gosta, em um bilhete carinhoso escrito num guardanapo, em conversas longas enquanto o sono não vem, em beijo na chegada, na saída, no encontro, no reencontro, no caminho do quarto para o banheiro...isso tudo é uma parte que contribui para o “bom funcionamento” da relaçao. Tudo bem, talvez o meu casal de amigos se entenda assim, se ame assim e seja feliz bem assim, mas pra mim não serve,não preenche,não basta. Daí logo em seguida penso que quero demais, que espero demais e que não exista o que eu realmente quero e acredito. Que essa coisa que diz Caetano, de “abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim”,é ilusao,portanto, eu sou a princesa do castelo. Princesa que sonha com coisas lindas que quer dar e receber, que gosta de uma certa atençao e se sentir querida e desejada..a princesa do castelo que acredita que não é possível viver plenamente no bege, a princesinha dos cabelos mágicos, que sabe que o príncipe não é encantado, tao pouco é príncipe, mas que pensa que dias fluorescentes e brilhantes podem ser muito mais encorajadores.
Loucura é pensar que já se deu tudo o que se tinha para dar, loucura é se acostumar ou acostumar alguém. Há que se reinventar, que guardar alguns mistérios, que encontrar no outro um brilho, sempre a vontade de um beijo, um abraço, um silêncio ou uma lágrima juntos. Banalizar o que não é banal, é levar consigo o que não lhe pertence, é matar aos poucos um sentimento, seja ele qual for, como em uma hemorragia interna, onde o ferimento por não ser externo, não é percebido,mas por causa dele,a morte é igualmente esperada. Eu sou a moda antiga,meu amor é infantil porque esse amor adulto é sério demais, comportado demais,e exposto de menos....eu sou como Carpinejar: “Mato por amor,mas não mato o amor.”

Um comentário:

Anônimo disse...

siiiiim ,concordo em genero e graus...não dá pra viver no BEGE, niguém merece tão pouquinho..e não é só jogo do contente da Pollyanna, carinho diário é água pra nutrir a sementinha...sem ele, se morre!
eu sei já morri algumas vezes...
beijo grande